terça-feira, 29 de novembro de 2016

Contar ou não contar a familia e amigos sobre o autismo?



                     

E de repente nos deparamos em um turbilhão de sentimentos. Em cada consulta eu me enchia de esperanças de ouvir a neuropediatra me dizer que o Miguel não era autista. Embora eu não tivesse a resposta certa, era tão confortável ouvir os médicos dizer que era apenas um atraso de linguagem. No fundo eu sentia que não era só isso, parece que mãe sempre sente, sabemos quando algo não vai bem. era o que eu queria ouvir, mas não a verdade, algumas vezes a verdade dói, não é o que sempre dizem? E é assim também ao receber o diagnóstico do seu filho. Dói, e dói muito. Porque queremos sempre o melhor para o nosso filho e de repente vemos que não temos o controle de tudo, nem tudo podemos fazer ou mudar. E quando chegamos do consultório vem duvidas, incertezas, medos, inseguranças e preocupações, e no meio de tudo isso, talvez alguém te faça um telefonema avisando que está indo em sua casa, talvez alguém bem próximo e você se pergunta "Conto ou não, sobre o que acabei de saber?" Ou ainda você vai a um determinado lugar com seu filho que tem uma crise e seus amigos querem entender porque o seu filho deu aquele "show de birra" ou até dizem que você não está sabendo educar seu filho e mais uma vez você não sabe se deixa pra la´e acaba deixando seu filho como mal educado ou conta pra todos de uma vez que seu filho é autista e por isso algumas vezes age de forma tão diferente do que "eles" consideram "normais" e que ainda que eles pensem que seja, não é birra.

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sábado, 26 de novembro de 2016

A vida profissional de uma mãe especial



Eu comecei a trabalhar muito cedo e tenho o maior orgulho disso, comecei na adolescência e nunca tinha parado. Sempre trabalhei muito. era aquela pessoa que sempre fez horas extras, aliás em uma empresa eu trabalhava de domingo a domingo sem folga, claro que é contra lei mas o brasileiro sempre dá um jeitinho, e em outra empresa eu trabalhava 14 horas por dia, ia pra casa só pra dormir e nessa época eu já era casada e meu marido era meu braço direito em casa. Ao longo do tempo e da história da humanidade, a mulher conquistou importantes vitórias no lar, na sociedade, no mercado de trabalho onde os homens ocupavam todo o espaço, agora a mulher desempenha muito bem o papel de profissional em qualquer área. Mais do que conseguir um bom emprego, exercer a profissão, se firmar na área e mostrar seu valor, a mulher não deixa de ser mulher e paralelo a isso também muitas mulheres mantém firme seu desejo de ser mãe. 

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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Falando de Estereotipias ou Stimming





Desde as primeiras consultas com a neuropediatra, ouvimos algumas perguntas do tipo " O Miguel gira em torno do próprio corpo? Agita as mãos? Balança o corpo de frente para trás ou para os lados? Anda na ponta dos pés? Estala os dedos? Faz sons repetitivos? A resposta era sempre não. Realmente nessa época a unica coisa que o Miguel fazia era girar as rodas de carrinhos, mas só fazia isso com o carrinhos, com tampas e outros objetos redondos não, apenas com os carrinhos e também enfileirava objetos, mas depois de um tempo fazendo terapia ele parou. Talvez essa falta de estereotipias tenha ajudado a atrasar um pouco o diagnóstico, mas na época ele não apresentava esses comportamentos e ficou assim até uns dois meses atrás.

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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

E a vida continua!? Depois do diagnóstico de autismo.




E agora? Acho que talvez é uma das primeiras perguntas que nos fazemos assim que recebemos a certeza de um filho especial. A vida parece dar uma volta de 180º e um turbilhão de coisas começam a acontecer. Primeiro mergulhamos em um misto de sentimentos de dor, tristeza, dúvidas, mas se misturam com o amor, persistência e logo vemos que sim, isso também vai passar e ainda poderemos sim comemorar muitas coisas com nossos pequenos. Muitas vezes nos pegamos imaginando como seria diferente sem o autismo em nossas casas, mas com o passar do tempo também vamos vendo as maravilhas e os aprendizados sendo os pais especiais. 

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sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Cada um sabe a dor que traz no coração



O Miguel é uma criança linda de 5 anos que eu amo mais que tudo nessa vida. Miguel é autista, não fala nada mais que uma meia dúzia de palavras, as vezes até menos, usa fraldas, é hiperativo, as vezes muito nervoso, gosta das coisas do jeito dele e adora bagunçar a casa. Todos os dias acordamos as 5:40hs pra levá-lo pra escola e antes do almoço eu enfrento mais 4 ônibus para buscá-lo na escola, faça chuva ou faça sol. Enquanto isso na escola dele tem alunos que falam, não usam fraldas e que moram até a 3 casas depois da escola, e olhando para alguns pelo menos de longe sem conviver ninguém diz que é autista. Mas nem por isso, só pelo ver, eu posso me dar o direito de achar que a dor do vizinho é menor que a minha e que eu sou uma vitima da vida, que tudo de ruim veio pra mim. Nós como humanos, muitas vezes temos a mania de sempre achar que a grama do vizinho é mais verde que a nossa, achar que a vida do outro é sempre mais fácil, o que não é verdade, uma pessoa que achamos sempre muito feliz, pode estar carregando no peito uma dor muito forte e um sofrimento por trás do sorriso.

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