Acho que nunca vou me esquecer daquele dia. Eu já estava bem desconfiada e dois exames de farmácia já tinham dado positivo, mas pegar o resultado daquele exame de sangue nas mãos me trouxeram sentimentos que eu não consigo explicar. Ver aquele "POSITIVO" me fez pensar em mil coisas em uma fração de segundos. E agora? Como vai ser? Eu fiz um texto a um tempo atrás sobre ter ou não um outro filho depois do autismo e lá eu contei que eu e meu marido queríamos mais um filho, tínhamos isso em mente, mas nas nossas ultimas conversas, dizíamos que no ano que vem quem sabe a gente decidisse realmente ter, mas não esperávamos que viesse agora e tão rápido, sempre achei que eu ia demorar um tempo pra engravidar e na verdade eu pensava que talvez eu nem conseguiria, mas agora era real, o positivo estava ali nas minhas mãos. Meu marido também ficou um pouco assustado, como eu disse foi tudo rápido demais, achamos que demoraria bem mais, e acho que ele ficou umas 2 semanas sem dormir direito 'rsrs.
Eu não sabia se comemorava, se me preocupava, se chorava de alegria ou preocupação e de repente eu me vi numa roda gigante de emoções 'rsrs. Eu e meu marido resolvemos não contar para as pessoas por enquanto porque sabíamos que varias pessoas inclusive bem de perto eram contra, termos outro com filho por causa de o Miguel ser autista e sabe quando você não está a fim de ouvir os "mimimis" das pessoas? Pois é, meu marido fala que eu sempre tenho as respostas prontas e depois eu ainda sou julgada por responder de cara as pessoas, então pra evitar isso não falamos com ninguém por um tempo, porém eu no mesmo dia corri para um grupo de amigas mães de autistas que moram todas a muitos e muitos quilômetros de distancia mas nos conhecemos por causa do autismo e nos tornamos grandes amigas e eu sabia que elas nunca me julgariam pela novidade porque tudo o que eu menos precisava no momento era de julgamentos e nelas encontrei um apoio que eu precisava. porque imagina você já confusa com a nova realidade e as pessoas ainda vem pra piorar a situação e julgar a sua vida que na verdade nada elas sabem sobre ela...
Bom se nossa reação foi de um pouco de insegurança, apesar da felicidade é claro que vimos as mais variadas reações diante da noticia que trazíamos. Pois bem, a mais clássica, é "Nossa, vai ser difícil com o Miguel hein, você não vai poder descuidar um minuto do bebê pro Miguel não pegar... Nossa o Miguel já é trabalhoso, imagina com dois, é vai ser difícil... E durante a gravidez se o Miguel bater na sua barriga? " E eu juro que tive que respirar fundo e contar até 100 porque até 10 não era suficiente pra eu me acalmar e não responder a essa pessoa ... Que fique claro, eu tenho total consciência que não vai ser tão fácil, que vou ter trabalho dobrado, que vou ter que deixar o bebe o tempo todo ao meu lado porque corre o risco do miguel querer pegá-lo mas de verdade eu não estou preocupada com tudo isso, eu já falei varias vezes que com o autismo eu aprendi a viver um dia de cada vez e vou deixar pra me preocupar e resolver essa situação quando eu estiver vivendo isso. Isso sem falar na pergunta que me deixa mais nervosa e irritada ainda " Você já pensou se for autista também?" Nossa, se você não tivesse me falado eu nunca pensaria sobre isso... Obrigado por me lembrar... Desculpe, mas essa me tira do sério...
Nunca me preocupei com isso, já falei diversas vezes, não serei a primeira nem a ultima mãe de dois filhos especiais e se essa for minha missão é porque serei capaz e a viverei. As pessoas ainda não pararam pra pensar que ninguém está livre de ter um filho especial... Quando as pessoas vão ter a consciência que não é preciso nascer deficiente para ser deficiente? Ter um filho dito "perfeito" não te dá garantias de nada. Conheço mais de um caso de crianças que nasceram "perfeitas" andavam, falavam e depois e depois tiveram um acidente doméstico e hoje sofrem de paralisia cerebral e hoje não se movimentam mais. Conheço casos de crianças que a síndrome só aparaceu depois de 6 anos sem nunca ter dado sinal antes apesar de estar lá desde que a criança nasceu. E as pessoas que sofrem acidentes automobilísticos e se tornam paraplégicas... Ninguém está livre de nada nessa vida, não sabemos o dia de amanhã e saiba que eu corro os mesmos riscos que você... Sei que minha tarefa não vai ser fácil, mas fico imaginando com vai ser bom também ver meus dois filhos juntos e ver que apesar das dificuldades tudo deu certo e eu sei que vai valer a pena. Tem um texto lindo na internet que não consegui achar o autor, mas fiz uma adaptação para a minha realidade como mãe de um autista e agora gravida do segundo filho...
Eu não sabia se comemorava, se me preocupava, se chorava de alegria ou preocupação e de repente eu me vi numa roda gigante de emoções 'rsrs. Eu e meu marido resolvemos não contar para as pessoas por enquanto porque sabíamos que varias pessoas inclusive bem de perto eram contra, termos outro com filho por causa de o Miguel ser autista e sabe quando você não está a fim de ouvir os "mimimis" das pessoas? Pois é, meu marido fala que eu sempre tenho as respostas prontas e depois eu ainda sou julgada por responder de cara as pessoas, então pra evitar isso não falamos com ninguém por um tempo, porém eu no mesmo dia corri para um grupo de amigas mães de autistas que moram todas a muitos e muitos quilômetros de distancia mas nos conhecemos por causa do autismo e nos tornamos grandes amigas e eu sabia que elas nunca me julgariam pela novidade porque tudo o que eu menos precisava no momento era de julgamentos e nelas encontrei um apoio que eu precisava. porque imagina você já confusa com a nova realidade e as pessoas ainda vem pra piorar a situação e julgar a sua vida que na verdade nada elas sabem sobre ela...
Deixamos passar um bom tempo e fomos contando bem aos pouco e só recentemente anunciamos a todos ate nas redes sociais porque a barriga já começava a nos entregar 'rsrs, e quem me via pessoalmente já descobria de cara.
Bom se nossa reação foi de um pouco de insegurança, apesar da felicidade é claro que vimos as mais variadas reações diante da noticia que trazíamos. Pois bem, a mais clássica, é "Nossa, vai ser difícil com o Miguel hein, você não vai poder descuidar um minuto do bebê pro Miguel não pegar... Nossa o Miguel já é trabalhoso, imagina com dois, é vai ser difícil... E durante a gravidez se o Miguel bater na sua barriga? " E eu juro que tive que respirar fundo e contar até 100 porque até 10 não era suficiente pra eu me acalmar e não responder a essa pessoa ... Que fique claro, eu tenho total consciência que não vai ser tão fácil, que vou ter trabalho dobrado, que vou ter que deixar o bebe o tempo todo ao meu lado porque corre o risco do miguel querer pegá-lo mas de verdade eu não estou preocupada com tudo isso, eu já falei varias vezes que com o autismo eu aprendi a viver um dia de cada vez e vou deixar pra me preocupar e resolver essa situação quando eu estiver vivendo isso. Isso sem falar na pergunta que me deixa mais nervosa e irritada ainda " Você já pensou se for autista também?" Nossa, se você não tivesse me falado eu nunca pensaria sobre isso... Obrigado por me lembrar... Desculpe, mas essa me tira do sério...
Nunca me preocupei com isso, já falei diversas vezes, não serei a primeira nem a ultima mãe de dois filhos especiais e se essa for minha missão é porque serei capaz e a viverei. As pessoas ainda não pararam pra pensar que ninguém está livre de ter um filho especial... Quando as pessoas vão ter a consciência que não é preciso nascer deficiente para ser deficiente? Ter um filho dito "perfeito" não te dá garantias de nada. Conheço mais de um caso de crianças que nasceram "perfeitas" andavam, falavam e depois e depois tiveram um acidente doméstico e hoje sofrem de paralisia cerebral e hoje não se movimentam mais. Conheço casos de crianças que a síndrome só aparaceu depois de 6 anos sem nunca ter dado sinal antes apesar de estar lá desde que a criança nasceu. E as pessoas que sofrem acidentes automobilísticos e se tornam paraplégicas... Ninguém está livre de nada nessa vida, não sabemos o dia de amanhã e saiba que eu corro os mesmos riscos que você... Sei que minha tarefa não vai ser fácil, mas fico imaginando com vai ser bom também ver meus dois filhos juntos e ver que apesar das dificuldades tudo deu certo e eu sei que vai valer a pena. Tem um texto lindo na internet que não consegui achar o autor, mas fiz uma adaptação para a minha realidade como mãe de um autista e agora gravida do segundo filho...
"Porque ter outro filho?
Depois do sufoco na primeira gravidez que mal começou e já chegou a final, e você quase morreu...
Depois de uma segunda gravidez e um parto que deu tanto certo mas pra que arriscar de novo?
Depois dos primeiros anos difíceis do primeiro filho,
Depois de saber do autismo e do risco de ter outro filho autista
Depois de descobrir todos os gastos que um filho nos permite ter, e você gasta ainda muito mais com o Miguel por causa do autismo
Depois de saber que o cuidado com seu filho autista poderá ser para sempre
Depois de mal poder voltar a trabalhar tendo que já fazer os próprios horários e com isso sua contribuição em casa não é tanto e seu marido tem que arcar com tudo
(aliás essa é a real intenção ou não deveria ser? na minha opinião é super normal marido arcar com quase tudo)
Depois de ficar anos sem dormir a noite direito porque o Miguel sempre seu trabalho pra dormir
E por essas e tantas outras razões, quando a gente anuncia uma segunda gravidez, se depara com boas e "não tão boas" reações... e quando se tem um filho especial então isso é um pouco pior, a pressão é ainda maior...
Algumas pessoas entendem como mais uma benção, outras como "mais problemas".
Algumas pessoas ficam felizes por você, outras te acham "louca"...
E pra essas pessoas, só posso responder que SIM, EU SOU LOUCA...
Sou louca para que o meu filho sinta o amor de um irmão.
Sou louca para não vê-lo mais brincando sozinho no chão do seu quarto.
Sou louca pra ver que o irmão está sendo um mini terapeuta pro Miguel o estimulando de maneiras que eu nunca conseguiria
Sou louca para ver um cuidando do outro.
Sou louca para ver o amor que existirá entre eles.
Sou louca para ir embora tranquila dessa vida sabendo que na dor, eles terão em quem se apoiar, mas que fique claro que não terei outro filho pensando apenas que ele será pra cuidar do Miguel que é autista, mas que seja pra um amar e cuidar do outro com irmão independente de diagnostico
Sou louca pra ver a minha casa cheia de amor, de alegrias e de gargalhadas, e porque não de mais brinquedos espalhados
Sou louca por que sei que essa vida só faz sentindo quando plantamos coisas boas, e assim levarei a gratidão dos meus filhos por terem um ao outro.
Eu estou fazendo o que eu acredito que seria o melhor para o meu filho e o melhor que eu poderia deixar para ele, seria não deixá-lo sozinho nesse mundo tão cheio de individualidades.
Então, antes de julgarem quem quer ter 1, 2 ou 10 filhos, entenda aquilo que ela quer deixar de melhor pro mundo dela."
Estar grávida é sentir um fantástico mar de diferentes emoções que eu já não me lembrava que existiam. Estou sendo novamente presenteada por Deus... Nem tudo na vida é planejado. Há coisas que nos pegam de surpresa, mas nos trazem muita felicidade. Um filho não planejado, é um presente inesperado muito especial. É algo capaz de mudar completamente a vida. Por mais que em um primeiro momento a ideia possa assustar, tenha a certeza de que nada melhor poderia acontecer na nossa vida...
Olá!
ResponderExcluirComo você, também estou esperando o meu segundo bebê. Sei bem o que você sente, pois meu primeiro tem 04 anos e é autista.
Estou muito feliz, e acredito que o caminho de estar feliz porque fui presenteada por Deus é o melhor. Como você, não quero um cuidador, mas que meu filho tenha o amor de um irmão!
Deus abençoe vocês!
Samara
Lauro de Freitas - BA
Adorei o texto, acabei de ganhar meu segundo filho, e meu primeiro tem 7 anos e é autista. Existem dias mais difíceis e preocupações adicionais, mas é maravilhoso receber o amor dos dois e fico imensamente feliz de saber, que assim como eu tive, eles terão a alegria de ter o amor é companhia um de um irmão.
ResponderExcluirNão concordei muito com a parte de “ vou ter que me preocupar com o Miguel querer pegar o bebê “ eu meio que entendi o que você quis dizer, mas ele ter interesse pelo novo bebê e querer pegar no colo não seria uma evolução ?
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