Miguel brincando no parquinho |
Quando o Miguel tinha 2 anos, fizemos uma viagem para Joinville - SC na casa dos meus cunhados, isso foi bem antes do diagnóstico. A viagem foi ótima e o Miguel adorou a praia, não deu trabalho algum a não ser por um certo episódio. Um dia a noite fomos em uma pizzaria, eu meu marido e Miguel, minha cunhada e o marido dela além dos pais dela e a sua cunhada, ou seja uma galera toda reunida, e lá passamos a maior vergonha da nossa vida 'rsrs .....
Hoje a gente ri mas no dia foi terrível, o Miguel não quis sentar de jeito nenhum, queria andar pela pizzaria inteira e aprontou o maior berreiro, fez o maior escândalo eu não conseguia acalmá-lo, não sabia se chorava, se brigava, se gritava, se saia correndo, enfim... E depois com os sintomas parecendo cada vez mais ele ia piorando. Quando íamos na igreja era um terror, o Miguel ficava correndo pela igreja inteira, não sentava um só minuto e queria ficar fazendo barulho na bateria, eu e meu marido não conseguamos ouvir nada dos sermões ministrados e na maioria das vezes ficávamos do lado de fora. E para piorar não dava pra ir com o Miguel em lanchonete, sorveteria, pizzaria ou seja nenhum lugar que fosse um salão fechado.
Na semana passada em uma reunião na escola do Miguel em uma dinâmica foi citado a dificuldade de sair de casa e a psicologa deu várias dicas e também vou tentar falar algumas coisas que funcionam comigo.
Na igreja conseguimos resolver em um dia que eu me irritei com a situação, não aguentava mais, levei o Miguel lá pra fora e falei brava com ele com uma autoridade que eu nunca tinha falado, briguei com ele e levei para dentro e o sentei no meu colo.
Coincidência ou não depois daquele dia o Miguel nunca mais deu trabalho, quando vamos a igreja ele fica o tempo todo sentado no meu colo e do meu marido. Hoje ele toma risperidona também que ajuda em muito ele ficar mais calmo e como ele toma a noite eu dou antes de ir pra igreja e ele dorme logo que chega. Hoje vamos sempre a pizzarias e lanchonetes e lugares como esse. O miguel adora ir ao shopping e sempre gostou, e sei que alguns autistas não gostam, e realmente locais assim não é um bom lugar para você começar levar o seu filho. Comece por lugares que tem menos gente, sabe aquele dia de semana que a lanchonete está quase vazia? Vá de início nessa mesmo para que seu filho vá se acostumando. O Miguel não gosta de pizza e nem de lanches, então eu levo uma coisa que ele goste e sempre os copos que ele bebe refrigerante e agora até conseguimos sentar ele em uma cadeira daquelas de criança, ele fica lá bebendo refrigerante assim dá um tempo da gente comer, depois de beber o refrigerante ele quer logo sair, mas já vejo um grande progresso nisso.
Uma outra dica boa é você escolher lugares que tem playground ( parquinhos) e deixe seu filho ser feliz. Imagino que você já tenha passado pelo mesmo que eu, as outras mães ir tirar os filhos de perto do seu, até parece que seu filho vai matar a outra criança, é humilhante para uma mãe ver isso mas é isso que acontece. Explique que seu filho é autista e pronto, se a pessoa quiser entender, bem, se não o problema é dela, seu filho tem o mesmo direito de estar ali do que o dela. Como eu sei que o Miguel é agitado eu já chego falando nos lugares que ele é autista e cuido pra ele não se machucar, do mais não estou nem ai, eu aproveito o passeio. Leve seu filho nos parquinhos, eles são crianças e merecem se divertir, o Miguel adora o escorregador e sempre que posso eu levo ele, na minha mãe sempre vou à casa dela, ela leva o Miguel nos parquinhos da cidade porque sabe que ele adora. Claro que sempre vejo olhares "atravessados" mas como eu disse nosso filho tem direito de estar ali e ser feliz como qualquer outra criança.
Ele adora brincar nesses playground |
Dê uma chance a ele, tenho certeza que com o tempo ele ainda vai te pedir muito pra passear, o Miguel mesmo, por ele a gente saia todos os dias,
ele adora andar de ônibus, teve um dia que não iriamos sair e ele queria tanto que convenceu meu marido a ir com ele dar uma volta de ônibus. Quando vamos ao centro, sempre tem as lojas que ele quer entrar, as que vendem as guloseimas que ele gosta, as que tem escola rolante... Nem sempre entramos nessas lojas, as vezes até entramos só pra ele não dar muito trabalho, mas não pode ser sempre porque ele precisa entender que nem sempre será feita a vontade dele. Ou seja, precisamos ser flexíveis mas com limites também. É preciso muita paciência, mas afirmo que sempre vale a pena o nosso esforço.
Muito bom seu post! Como fazer quando seu filho bate em outras crianças? Já quase apanhei de um pai no parquinho por causa disso.
ResponderExcluirNada dar direito as pessoas bater nas outras.
ResponderExcluirConhecer o motivo evita danos maiores no futuro para ambos os lados.
???
ExcluirTenho um filho autista e passo por tudo isso, gostei muito do seu post!
ResponderExcluirViver isso é muito difícil. Deus nos dê força.
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