segunda-feira, 27 de junho de 2016

Em busca da "CURA" para o autismo





Quem  nunca ficou imaginando um dia, acordar com seu filho indo correndo em sua direção e lhe abraçar e dizer bom dia, e ver que a história do seu filho ter autismo foi só um sonho, ou melhor, descobrir  que foi um pesadelo e que de repente tudo acabou? Quem nunca imaginou que um dia milagrosamente seu filho viria até você falando de tudo normalmente como se nada tivesse acontecido antes e sem nenhuma estereotipia, sem agressividade, sem nada dos sintomas presentes no autismo? Nós pais, ainda acreditamos em um milagre.

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Hoje fiz um texto mais sóbrio, tratando de um assunto sério e importante. Assim que recebemos o diagnóstico, acho que todos nós passamos por uma fase em que queremos saber de todo jeito de onde veio esse tal de autismo, qual a causa, o porquê, e assim os nossos questionamentos são enormes. As vezes é preciso que alguém nos faça cair na real. Descobrir o causa não vai mudar a  realidade, precisamos sim trabalhar e muito em descobrir a melhor maneira de ajudar nossos filhos na evolução e dar uma qualidade de vida adequada a nossos pequenos. Isso foi o que a neuropediatra me disse depois de algumas consultas nessa fase que eu queria de todo jeito saber porque o Miguel é autista. Muitas vezes a busca pela causa do autismo se transforma em busca desesperada e desenfreada pela cura do autismo. Isso porque nós amamos muito nosso filho, mas não gostamos do autismo, ele limita nossos filhos e tudo o queríamos é ver nossos filhos ganhando o mundo.

Aumenta muito a demanda para o tratamento de autismo, pois mais crianças estão sendo diagnosticadas sob critérios cada vez mais amplos, aí você pode perguntar "Esta´tendo um surto de autismo?" Segundo especialistas, não. 

O que está havendo é que mais crianças estão sendo criteriosamente diagnosticadas, o que antes não acontecia, a criança era tratada apenas com atraso mental ou apenas como uma criança especial. Espero que em tudo isso os médicos estejam se informando mais, porque infelizmente muitos pediatras nãos estão preparados nem mesmo para identificar sintomas e encaminhar a criança para um neuropediatra que faz o diagnóstico, passei por isso com o Miguel. Fomos em 5 pediatras diferentes dizendo que meu filho tinha parado de falar e todos me diziam a mesma coisa, que era atraso de linguagem por eu não o estimular. De repente estamos seguindo o tratamento indicado com terapias comportamentais mas as vezes nós queremos mais, afinal a evolução parece tão lenta. 

O  Miguel adora brincar,!
O autismo ainda é um mistério, na minha opinião, e o fato de não ter dois autistas iguais dificultam ainda mais as novas descobertas. A falta de terapias e tratamentos empiricamente comprovadas torna mais fácil “vender a esperança”, trabalho dos vendedores de tratamentos não testados. Os pais estão sob grande estresse. E querem ajudar muito seus filhos a melhorar, isso faz com que aumente cada vez mais vendedores na internet de fórmulas mágicas. Com o tempo, os pais podem até perceber uma recuperação, mas dão créditos às coisas erradas.” Esses ganhos não são decorrentes do “tratamento”, mas do desenvolvimento da criança com o passar dos anos. Encontra-se cada vez mais esses vendedores na internet que se aproveitam da esperança  e do desespero dos pais. Tem site afirmando que os pais podem “combater o autismo de seus filhos” ao comprar um livro , outro veicula um vídeo de “uma menina autista que apresenta melhoras após receber injeções de células- tronco”, isso sem falar nos vários "falsos autistas" que surgem pela internet e aqueles que se dizem especialistas com terapias mirabolantes como vimos recentemente em que davam cloro para criança, dizendo ter testemunhos de cura total do autismo mesmo sem ter nenhuma comprovação científica .

Muitos pais confessam obter informações da internet e, vários deles se baseiam em relatos fantasiosos de amigos ou outros parentes”. “Quando se trata de autismo, a pesquisa não sobrepujou os tratamentos.” Ainda tem também tratamentos alternativos, como a câmara hiperbárica de oxigênio (empregada para reverter a doença da descompressão), que eleva por algum tempo os níveis de oxigênio sanguíneo, e as terapias de integração sensorial – que podem variar de envolver a criança em cobertores ou acomodá-la em uma máquina de abraçar para brincar com massas de modelar aromatizadas. A NÃO COMPROVAÇÃO DOS TRATAMENTOS se estende às medicações. Alguns médicos prescrevem drogas aprovadas para outras doenças. Os compostos incluem Lupron – bloqueador da produção orgânica de testosterona (nos homens) e estrogênio (nas mulheres) –, usado para tratar câncer de próstata e “castrar quimicamente” estupradores. Os médicos também receitam Actos, medicamento utilizado na diabetes, e imunoglobulina G intravenosa, geralmente administrada em pacientes com leucemia e aids pediátrica. Todas as três medicações têm graves efeitos colaterais, e sua eficácia e segurança no combate ao autismo nunca foram testadas.

Outra terapia médica reconhecida que se transformou em “cura” para o autismo é a quelação, principal tratamento para intoxicação por chumbo. A droga converte chumbo, mercúrio e outros metais em compostos quimicamente inertes, que podem ser excretados pelo corpo via urina. Algumas pessoas acreditam que a exposição a esses metais, em particular o metilmercúrio (usado como conservante em vacinas), pode levar ao autismo, mesmo que nenhum estudo tenha demonstrado essa ligação. Na verdade, a taxa de diagnóstico de autismo continuou a crescer após a retirada do metilmercúrio da maioria das vacinas, em 2001. A quelação pode provocar insuficiência renal, especialmente na forma intravenosa, a mais indicada para o autismo. Em 2005, um menino autista de 5 anos morreu, na Pensilvânia, após receber a quelação intravenosa. Os diagnósticos evoluíram, mas são poucos os tratamentos eficazes. Pais recorrem a terapias alternativas suspeitas e, com frequência, arriscadas simplesmente não há uma pesquisa científica de ponta sobre tratamentos para autismo; quando existe, a quantidade de indivíduos estudados é, em geral, pequena isso sem falar no pouco investimento financeiro o que dificulta muito. O único tratamento para autismo que provou ser algo eficaz – a terapia do comportamento, e a boa notícia é que a maior demanda por terapias comprovadas está atraindo investimentos para pesquisa.

Essas buscas recentes reúnem esforços para descobrir se a intervenção precoce com terapias do comportamento (que ensinam habilidades sociais por meio do reforço e recompensa) pode ser usada de maneira bem-sucedida em crianças muito novas, 

quando o cérebro é mais flexível ao aprendizado da linguagem e da interação social, isso afirma ainda mais o que ouvimos dos especialistas (neuropediatra) que quanto mais cedo o diagnóstico e as intervenções, mais chances de evolução temos. Recentemente saiu uma noticia que estamos muito perto da cura do autismo, pesquisadores estão conseguindo resolver aos poucos esse “jogo de quebra-cabeças” relacionado às bases neuro-genéticas do autismo, apesar de haver poucos laboratórios dedicados ao tema. Tem-se combinado o estudo das alterações genéticas implicadas ao transtorno com suas consequências celulares durante o desenvolvimento dos neurônios. “Ao estratificar o espectro autista, ou classificar separadamente, pode-se sugerir melhores tratamentos e até uma medicina personalizada em alguns casos”. Tem-se desenvolvido em duas vertentes: a primeira procura entender como as mutações em genes relacionados ao autismo causam defeitos sinápticos em células do sistema nervoso. E a segunda parte está relacionada à busca de novas drogas que sejam efetivas na reversão de sintomas do TEA (transtorno de espectro autismo). Por muitos anos os estudos têm focado muito em neurônios e dado pouca atenção aos astrócitos. Esses novos resultados são provocativos, pois mostram que essas duas células do cérebro conversam bastante. A pesquisa abre novas oportunidades terapêuticas para o autismo, caminhos que nunca tinham sido explorados anteriormente e que são passivos de reversão.

Na minha opinião, não se deve perder a esperança, somos humanos, somos pais e o que nos movem é exatamente essa esperança de que um dia tudo ficará bem. Sonho sim com o dia em que a cura será realidade, mas nem por isso vou submeter meu filho a experimentos que podem trazer graves consequências, prefiro ter meu filho autista do que perdê-lo na tentativa de curá-lo do meu jeito, aconselho por enquanto, os pais a cada vez mais optar por não fazer experiências em seus filhos, siga as orientações do neuropediatra, converse sempre com os médicos do seu filho sobre novos tratamentos que você pode achar adequado, já que teve tantos relatos de pais, tudo deve ser relatado ao médico que o acompanha. Como é bom encontrar com alguém que vive a mesma realidade que a gente e conversar bastante não é? mas quero te dizer,  sempre, sempre mesmo fique atento nas redes sociais, ela nos aproxima de muitas boas trocas de experiencias com outros pais de autistas, mas fique atento também porque existem muitos "falsos autistas" se aproveitando da nossa carência dessa troca de experiência,  saibam que eles tem se informado bem pra se passar por um autista, nãos sei te dizer a finalidade de todos, e confesso que até eu demorei um pouquinho pra acreditar, afinal o que leva um ser humano a fazer isso? Mas está acontecendo, é real. Estejamos atentos e em alerta, e tenho esperança de um dia ainda fazer um post falando sobre a novidade da cura tão esperada por nós. 

Fonte de pesquisas:  Scientific American


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