Acho que eu nunca tinha prestado atenção na importância da arte de olhar nos olhos, até a chegada do autismo aqui em casa. Depois acabei descobrindo que é através do contato visual que captamos informações sobre tudo e todos que nos cercam, quando olhamos nos olhos da outra pessoa, podemos vê-las sorrindo nos amando e podemos sentir a afeição e conexão verdadeira com outro ser humano. O autismo diminui a capacidade de um indivíduo se comunicar e se relacionar socialmente. Evitar o contato visual contribui para isso, pois o olhar é fonte de "pistas sutis cruciais para o desenvolvimento social e emocional".
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Quando o Miguel estava com dois anos, depois de alguns dias de viagem na casa da minha cunhada, ela me disse que o Miguel não olhava nos olhos, que eu deveria estimular ele a olhar nos olhos das pessoas. Confesso que até então eu não tinha percebido isso, nunca notei que o Miguel não olhava nos olhos, já víamos que ele não mais atendia quando o chamávamos pelo nome, mas olhar nos olhos eu nunca tinha prestado a atenção. Olhar nos olhos não é uma tarefa fácil para a maioria das crianças autista, mesmo as de alto funcionamento ou as Asperges que podem ter grandes habilidades verbais ou acadêmicas e sabemos que isso não significa bom relacionamentos com os colegas, e por isso é necessário estimular esse contato visual criando conexão entre você e a criança, onde a motivação e diversão talvez seja a caminho; porque motivados ativamos alem dos pensamentos e cognições, as nossas emoções; e aprendizado com emoções é mais duradouro.
Quando olhamos nos olhos de uma criança autista ela pode ver nosso rosto, expressões, sentir nosso afeto e ver que estamos a conversar com ela,
por vezes é difícil para eles saber que estamos a conversar com eles. Olhar nos olhos parecesse algo desnecessário mas numa criança autista faz toda a diferença, quando estabelecemos esse contato conseguimos estimular o aprendizado e o afeto da criança autista. E fazer com que a criança aceite este contato visual auxilia na aprendizagem e melhora sua percepção do outro, pois começa a perceber expressões faciais e passa a entender mais o que o outro espera dele, Sem este contato a criança pode não entender que estamos conversando com ele e não se importar com ordens ou até palavras carinhosas. Também confesso que nunca fui em busca de dicas para saber como melhorar o contato visual do Miguel mas hoje ele tem ótima resposta a isso e eu devo todos os créditos as terapeutas que trabalharam isso com ele. Hoje o Miguel sempre atende quando o chamamos pelo nome, aliás ele atende até quando eu o chamo pelos apelidos que eu uso mais do que o nome dele e atende por todos. Nos meus olhos e do meu marido ele olha normalmente, aliás muitas vezes se eu estou fazendo alguma coisa e ele quer atenção, ele vira o meu rosto pra ele com as mãozinhas dele. Mas não é porque eu nunca fui atrás que eu não iria pesquisar agora para deixar algumas dicas para vocês.
Como tudo que é trabalhado no autismo, é preciso paciência e persistência, e como sempre eu falo também, Você precisa descobrir a melhorar maneira de trabalhar com seu filho, porque cada criança autista é unica e a resposta individual é muito variável.
Comece pelo ambiente em que você vai trabalhar esse contato com a criança, tudo pode se tornar uma distração, por isso avalie os estímulos e retire tudo o que não for usar, tudo que tiver muita luminosidade, muitas cores, cartazes, tapetes muito coloridos, painéis, quadros, brinquedos, ou sejam todos materiais sem função. Posicione-se no mesmo plano que a criança. Olhe-a sempre, mesmo quando ela não estiver te olhando. Dê motivos para a criança te olhar com expressões corporais, abuse dessas expressões, use todo seu talento nessa área, dance, mexas as mãos, faça sons, caretas, faça a criança querer ver mais, exagere nas expressões. Use atividades interativas, ofereça o que ela goste sem ela pedir, imite cenas do seu filme ou desenho preferido, e quando ela olhar para você, expresse que isso é muito importante, quando ela estiver interessada, fale para que ela peça a ação novamente através do olhar, por exemplo, você estava brincando com cócegas, ela te olhou, diga a ela: Você gosta de cócegas, então olha para mamãe, quando você me olha eu faço cócegas.... Quando a criança olhar para você, procure não desviar o olhar. Se tiver que pegar algum objeto ou mostrar algo, espere que ela desvie o olhar de você primeiro.
Direcione o olhar dela para você ou para o que você está mostrando. A princípio, utilize qualquer coisa que for realmente atrativa para a criança. Procure incentivar o olhar alternado, entre você e algum objeto de interesse. Incentive-a a olhar seguindo o que você aponta (mais distante). Traga objetos para o nível dos seus olhos, ao mostrá-los à criança. Brinque com óculos, chapéus e tiaras divertidas. Seja criativo e busque usar adereços diferentes, principalmente no rosto e cabeça. Brinque em frente ao espelho sempre, mesmo que a criança não se olhe o tempo todo. O espelho deve mostrar a criança de corpo inteiro. Deixe alguns bonecos com rostos humanos bem acessíveis a ela e a você. Posicione-os perto das brincadeiras que vocês fazem, como se fossem um coadjuvante. Utilize tais orientações, não só nos momentos de brincadeira, mas sim, sempre que possível. Comemore sempre que ela te olhar, mas também não deixe que ela te olhe só quando querer te pedir alguma coisa, mas também quando gostam e querem se conectar e interagir com você.
Até recentemente vi uma postagem no facebook falando que se uma criança autista olhar em seus olhos é porque ela viu em você uma relação de confiança, e acredito que seja isso mesmo, quanto mais mais confiante estiverem em nós mais a chance de conseguirmos esse contato visual. Quanto mais olharem pra você, mais aprenderão. aprenderão mais sobre o mundo das pessoas, como elas de comunicam, sobre as expressões faciais, entonação e nuances da comunicação. Quanto mais você encorajar a criança a olhar, maior a chance dela se relacionar com sucesso com outras pessoas. Afinal o contato visual é a forma mais poderosa de se construir uma conexão e relacionamento. Claro que não será do dia para a noite, mas aos poucos essa conexão será estabelecida com seu filho e posteriormente esse leque de comunicação se estenderá a outras pessoas, por aqui, o Miguel faz contato visual com outras pessoas, porém é um olhar mais rápido, mas estamos trabalhando para que ele posso melhorar esse lado. Depois que o Miguel começou a ter contato visual conosco a sua interação social tem melhorado a cada dia, a ponto de ser uma das únicas crianças da sala de autista a procurar o coleguinha para brincar, e a cada dia estamos vendo isso, além de nos surpreender varias vezes cumprimentando as pessoas ao chegar em um determinado local mesmo de pessoas desconhecidas. Trabalhe com seu filho dia a dia de forma lúdica, os resultados são colhidos com paciência e persistência e no final você verá o quanto vale a pena e como é gratificante cada conquista do seu pequeno.
Direcione o olhar dela para você ou para o que você está mostrando. A princípio, utilize qualquer coisa que for realmente atrativa para a criança. Procure incentivar o olhar alternado, entre você e algum objeto de interesse. Incentive-a a olhar seguindo o que você aponta (mais distante). Traga objetos para o nível dos seus olhos, ao mostrá-los à criança. Brinque com óculos, chapéus e tiaras divertidas. Seja criativo e busque usar adereços diferentes, principalmente no rosto e cabeça. Brinque em frente ao espelho sempre, mesmo que a criança não se olhe o tempo todo. O espelho deve mostrar a criança de corpo inteiro. Deixe alguns bonecos com rostos humanos bem acessíveis a ela e a você. Posicione-os perto das brincadeiras que vocês fazem, como se fossem um coadjuvante. Utilize tais orientações, não só nos momentos de brincadeira, mas sim, sempre que possível. Comemore sempre que ela te olhar, mas também não deixe que ela te olhe só quando querer te pedir alguma coisa, mas também quando gostam e querem se conectar e interagir com você.
O momento em que o autista olha nos olhos de outra pessoa é um momento em que podem se sentir próximas às pessoas que amam.
Até recentemente vi uma postagem no facebook falando que se uma criança autista olhar em seus olhos é porque ela viu em você uma relação de confiança, e acredito que seja isso mesmo, quanto mais mais confiante estiverem em nós mais a chance de conseguirmos esse contato visual. Quanto mais olharem pra você, mais aprenderão. aprenderão mais sobre o mundo das pessoas, como elas de comunicam, sobre as expressões faciais, entonação e nuances da comunicação. Quanto mais você encorajar a criança a olhar, maior a chance dela se relacionar com sucesso com outras pessoas. Afinal o contato visual é a forma mais poderosa de se construir uma conexão e relacionamento. Claro que não será do dia para a noite, mas aos poucos essa conexão será estabelecida com seu filho e posteriormente esse leque de comunicação se estenderá a outras pessoas, por aqui, o Miguel faz contato visual com outras pessoas, porém é um olhar mais rápido, mas estamos trabalhando para que ele posso melhorar esse lado. Depois que o Miguel começou a ter contato visual conosco a sua interação social tem melhorado a cada dia, a ponto de ser uma das únicas crianças da sala de autista a procurar o coleguinha para brincar, e a cada dia estamos vendo isso, além de nos surpreender varias vezes cumprimentando as pessoas ao chegar em um determinado local mesmo de pessoas desconhecidas. Trabalhe com seu filho dia a dia de forma lúdica, os resultados são colhidos com paciência e persistência e no final você verá o quanto vale a pena e como é gratificante cada conquista do seu pequeno.
Lindo post.É indescritível a sensação de finalmente olhar nos olhos do Miguel e ele estar olhando nos seus também e quando abre aquele sorrisão, nossa ganho meu dia.
ResponderExcluirhttp://www.boasaude.com.br/noticias/11432/por-que-pessoas-com-autismo-nao-olham-nos-olhos-das-outras-pessoas.html
ResponderExcluirEu sei olhar nos olhos. Aprendi que muitas pessoas dão super valor à isso, e então faço desde pequena. Mas a verdade, é que não vejo nada do que falam. E nunca fez real diferença pra mim. Claro que prefiro que a pessoa me olhe, porque nas pessoas comuns, quando não o fazem, normalmente não estão dando atenção.
ResponderExcluirMas no fundo me incomoda muito se eu não tiver os meus desvios sutis.