Quando eu soube da possibilidade do Miguel ser autista, umas das primeiras perguntas que me veio foi "Porque o Miguel é autista? Porque ele seria?". Acredito que todas as mães já se fizeram essa pergunta um dia, e também acredito que muitas estão sem resposta até hoje como eu. Isso sem falar que a cada novo artigo publicado sempre alguém nos manda um link com um "Você viu essa pesquisa?". Quando fazemos pesquisas nas internet sobre autismo, encontramos de tudo sobre as possíveis causas e algumas são bem absurdas, mas muitas vezes desesperadas por respostas até quase acreditamos em algumas coisas.

Somos na verdade "mães Fogueiras" com uma amor intenso que arde constantemente. Essa teoria não se aplicaria nunca aqui em casa.
Sempre fui uma mãe louca pelo Miguel, deixava e ainda deixo qualquer coisa por ele, deixei de trabalhar inclusive para me dedicar o tempo todo a ele desde que nasceu, o Miguel foi muito planejado e desejado. O pior é que por mais que a literatura já tenha afastado a hipotese da "mãe geladeira" e do "lar congelante", AINDA vemos profissionais que delegam totalmente e exclusivamente aos pais, a responsabilidade pelo tratamento de seus filhos. Já ouvi, de um "profissional", que profissionais e escola são desnecessárias, e que os pais (óbvio, muito mais a mãe) é que têm que trabalhar com seus filhos, que a casa tem que "virar" espaço terapêutico. Ninguém percebe o que tem por trás dessas linhas "milagrosas"? Falam que mães não tem culpa. Mas ainda temos profissionais que mascaram isso ADORARIA que a cura para o autismo do meu filho estivesse na minha atitude. Seria bem mais fácil de resolver.

Essas pesquisas são feitas baseadas em coisas em comum em pais de crianças autistas e a verdade é que podemos ter muitas coisas em comuns com qualquer pessoa,
por exemplo se 51% das mães que participam das pesquisas disserem que tiveram uma gripe em um período da gestação, isso poderia levar a um estudo que gripe durante a gestação seria uma das causadoras de autistas. Claro que é apenas um exemplo para que você possa entender como essas pesquisas são feitas, mas pode até ser real que tenha acontecido, mas acredito que isso não aumente o risco de autismo na realidade. Faz muito mais sentido aquelas pesquisas que estão saindo com descobertas sérias sobre o cérebro dos autistas, a genética...deveriam investir mais nisso. A verdade é que as causas do autismo ainda são desconhecidas, mas a pesquisa na área é cada vez mais intensa. Provavelmente, há uma combinação de fatores que levam ao autismo. Sabe-se que a genética e agentes externos desempenham um papel chave nas causas do transtorno. De acordo com a Associação Médica Americana, as chances de uma criança desenvolver autismo por causa da herança genética é de 50%, sendo que a outra metade dos casos pode corresponder a fatores exógenos, como o ambiente de criação. De qualquer maneira, muitos genes parecem estar envolvidos nas causas do autismo. Alguns tornam as crianças mais suscetíveis ao transtorno, outros afetam o desenvolvimento do cérebro e a comunicação entre os neurônios. Outros, ainda, determinam a gravidade dos sintomas.

Já não vivo hiper focada em descobrir a causa, eu quero muito descobrir uma maneira de dar melhor qualidade de vida ao meu filho, nem sei se exatamente uma "cura" para o autismo, mas sinceramente quero esquecer culpa na minha vida,quero ser é feliz todos os dias juntos com meu filho,cada um com sua cota de compreensão e paciência pois a vida continua e o caminho é longo e muitas as vezes não é fácil! Hoje é o ultimo dia do ano, e a verdade é que quero tudo novo para esse próximo ano, novos planos, novos sonhos, novas esperanças, novas metas, novas conquistas, novas lutas mas com novas vitorias também, e tudo sempre com meu filho e para o meu filho. esse foi um ano de muitas realizações, lutas e surpresas e mais um se inicia, que nossas forças estejam renovadas para mais uma etapa.
0 Comments: