E lá vamos nós pra mais uma saga!!! Hoje não seria um dia tão perfeito pra sair com o Miguel porque assim que ele acordou já vi que ele estava mais agitado que o normal, mas eu não tinha outra opção, precisava sair hoje pra comprar a mochila pra ele porque eu não teria outro dia antes das aulas começarem. Ele já estava impaciente enquanto escolhíamos a tal mochila, queria sair da loja de todo jeito, ele é assim, adora passear no centro, mas não quer que eu demore em uma loja, na verdade ele só quer entrar nas lojas que tem escada rolante pra ficar subindo e descendo e não era o caso dessa loja em que estávamos.
Bom, chegou o momento de ir para o caixa, na fila tinha umas 20 pessoas, e o Miguel me puxando com toda a força quase me arrastando para sair da loja,
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Não é raro as vezes em que passamos por situações semelhantes, na fila de prioridade de algum hospital ou onde quer eu esteja, acham que estou exagerando, pois ele anda, escuta e enxerga. as pessoas se esquecem que nem todas as deficiências são visíveis. A maioria das classes de deficiências permite à elas que se identifique – e seja identificado – como tal e, portanto, contam com a boa vontade da sociedade e dos órgãos protetores para melhorarem sua qualidade de vida. Por outro lado, existem pessoas que possuem deficiências não visiveis, mas nem por isso menos importantes, já que essas pessoas também requerem adaptações que são fundamentais para conseguirem realizar com tranquilidade suas atividades mais cotidianas.
Talvez uma das causas das provocações intermináveis dos clientes que, vira e mexe, apontam seus dedos para alguma mãe com filho autista ou com qualquer deficiência não visível na fila preferencial,

Quando vamos levá-lo ao médico eu peço sempre porque é um lugar que ele já entra chorando, gritando e esperneando, sem falar que eu tenho que sempre pedir para o meu marido entrar junto para ajudar na hora de examina´lo. Eu acredito que é um direito e até antes do direito é uma necessidade, seu quando o Miguel está agitado assim eu não conseguir um atendimento prioritário, eu simplesmente não consigo fazer nada. Eu até acredito que deveria ser um pouquinho diferente porque já vi várias pessoas dizerem que a fila preferencial geralmente demora mais que a normal, e acho que o atendimento deveria ser diferenciado, não exatamente ser mais rápido mas de acordo com a necessidade da pessoal especial, A lei não fala em momento algum que as instituições financeiras devem colocar um caixa para atender as pessoas descritas no artigo primeiro e sim que estas devem ter um atendimento preferencial, ou seja, aquele que deve ser tratado de forma diferenciada por ter uma condição especial e essa condição foi descrita muito bem no artigo 1º da lei 10.048/2000.
Eu particularmente entendo, que o tratamento preferencial não deve ser feito da forma atual pois não está alcançando o objetivo da lei, que é fazer com que essas pessoas sofram menos com a espera nas filas.

E fica o aprendizado pra nós também, que nem sempre devemos julgar pelo o que nossos olhos veem sem saber. Aquela pessoa pode ter uma deficiência não visível mas carrega sua história de lutas e dores e se não respeitadas são levadas a situações constantes de constrangimentos públicos. Fica a dica para termos muita cautela ao observar alguém que necessita de prioridade. é claro que existem oportunistas, infelizmente, mas precisamos contar com o bom senso e honestidade das pessoas, afinal nós mães especiais sabemos muito bem o que passamos quando temos que enfrentar uma fila no meio de uma crise de nossos filhos. Não é privilégio, é necessidade. E lembre-se: Muito mais que o cumprimento de uma lei, isso é exercer a cidadania e tratar a outra pessoa com simpatia e amor ao próximo, é ter solidariedade pelo próximo, se colocar no outro do outro pode ser um bom começo para que você entenda a importância que pode ter a diferença que você pode fazer ao ceder o seu lugar em uma fila...
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